Como é viver com a hanseníase?

Os estigmas e preconceitos precisam ser deixados de lado.

Publicado em: 20 de janeiro de 2021  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Identificada pela primeira vez em 1873, pelo cientista Armauer Hansen, esta doença infecciosa é provocada pela bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen e possui duas classificações operacionais: paucibacilar (poucos bacilos ou até 5 lesões na pele) e multibacilar (muitos bacilos ou mais de 5 lesões na pele). Antigamente, era conhecida como lepra¹. As formas desta doença foram tratadas em artigo que pode ser lido aqui. 

A hanseníase afeta a pele e os nervos periféricos, transmitida por meio das gotículas respiratórias da pessoa contaminada (em tosse ou espirros), pelo contato com as feridas da pele e após um longo e próximo período de convivência. O período de incubação é de dois a cinco anos ou até mais tempo para se manifestar. É uma doença que tem cura e não deixa sequelas se tratada precocemente. É importante reforçar também que tão logo se inicia o tratamento, os doentes param de transmitir a hanseníase¹,².

Os principais sintomas são manchas com limites imprecisos, que podem ser claras, vermelhas ou escuras, com alteração da sensibilidade no local e perda de pelos. Sendo o nervo afetado, apresenta sinais de dormência, retração dos dedos e perda de tônus muscular, provocando incapacidade física na pessoa. Na forma mais grave, pode aparecer inchaço ou caroços nas orelhas, mãos, cotovelos e pés¹. 

Assim, ao menor sinal do aparecimento dos sintomas, o paciente deve procurar assistência médica para conhecer mais sobre a doença, entender como enfrentá-la e o tratamento mais adequado, além de seguir todas as recomendações médicas para evitar as sequelas. A hanseníase é uma doença que  afeta os nervos, acarreta dormência, perda da musculatura e retração dos nervos, podendo provocar incapacidade física e deformidade na pessoa, impedindo-a de realizar tarefas diárias, impondo limites às suas atividades do dia a dia. E essa situação, em alguns casos, deixa o paciente suscetível a sensação de tristeza, ao medo e a vergonha e consequente perda de sua qualidade de vida, interferindo no seu trabalho e convívio social².

Dessa forma, uma pessoa com sequelas da doença, pode e deve procurar ajuda profissional para melhorar sua vida e ter uma reabilitação adequada, com fisioterapia, cirurgias reparadoras se necessário e aprender a realizar o autocuidado. Por conta do estigma que envolve a associação da lepra e as recomendações ultrapassadas com relação a doença, o paciente com hanseníase muitas vezes sente vergonha e, por isso, cuidar da sua saúde mental também é importante. Procurar por psicólogos, grupos de apoio para trocas de experiências e conversar com outros profissionais de saúde, expondo suas angustias, medos e situações corriqueiras, ajudarão o paciente a entender melhor a doença, compartilhar as dificuldades do dia a dia e ter o apoio especializado que irá ajudá-lo a enfrentar a doença com uma atitude mais positiva².

 

 

 

 

 

Fontes: 1. Hanseníase – Sociedade Brasileira de Dermatologia. Último acesso em 12 de janeiro de 2021. 2. Hanseníase e Direitos Humanos – Ministério da Saúde Brasil. Último acesso em 12 de janeiro de 2021.  

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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